Testamos se o público consegue diferenciar vídeos reais de criações por IA – e o resultado surpreende. A maioria erra.
Você sabe reconhecer um vídeo real de um gerado por IA?

Em tempos de redes sociais cheias de vídeos virais e conteúdos cada vez mais bem produzidos, surge uma pergunta essencial: você consegue identificar se um vídeo é real ou foi feito por inteligência artificial? Uma pesquisa prática revelou que a maioria das pessoas não consegue.
A experiência foi realizada por uma equipe de tecnologia, que apresentou a transeuntes vídeos — alguns reais, outros totalmente gerados por IA — e pediu para que identificassem qual era qual. O resultado surpreendeu: grande parte dos entrevistados errou as respostas.
O que mais engana?
Segundo os técnicos que organizaram o teste, o que mais confunde o público são vídeos com aparência cotidiana: uma pessoa cozinhando, andando na rua, sorrindo para a câmera. Nessas situações, a naturalidade artificial da IA se mistura com o que é possível na realidade.
Além disso, vídeos com movimentação estável e expressões faciais minimamente convincentes passam despercebidos por olhos desatentos. Mesmo quando alguns rostos parecem “estranhos” ou os gestos são ligeiramente mecânicos, poucos notam.
IA cada vez mais realista
Com o avanço de ferramentas como o Google Veo 3 e modelos de vídeo baseados em inteligência generativa, é possível criar sequências visuais com altíssimo grau de realismo — incluindo sombras, movimentos e até vozes sincronizadas com os lábios.
Esses vídeos têm invadido as redes com conteúdos criativos, cômicos e, em alguns casos, enganosos. De cenas “históricas” fictícias até depoimentos falsos de personalidades, a manipulação digital tem se tornado uma preocupação global.
Ferramentas de proteção
Felizmente, a tecnologia também está sendo usada para combater esse problema. Pesquisadores da Universidade de Columbia desenvolveram uma ferramenta chamada DIVID, que detecta vídeos gerados por IA com mais de 90% de precisão. Já o Google aposta no SynthID, uma marca d’água digital invisível que identifica conteúdos sintéticos.
Como se proteger?
Especialistas recomendam algumas práticas simples para evitar cair em armadilhas:
- Desconfie de vídeos com áudio estranho ou movimentos faciais rígidos.
- Preste atenção a detalhes como reflexos nos olhos, sombras e naturalidade nos gestos.
- Sempre confirme a fonte do conteúdo.
- Use ferramentas online de detecção de deepfake, como o DetectFakes (MIT) ou o próprio DIVID.
Avanço e evolução
O avanço da IA está tornando cada vez mais difícil distinguir o real do falso. Por isso, educar o público digitalmente e promover a checagem de informações são passos urgentes para evitar a disseminação de conteúdos enganosos.
Na dúvida, pare, olhe de novo e pesquise. A verdade, agora mais do que nunca, pode estar disfarçada.