Porta-voz da Rede defende paridade, gestão guiada pelos ODS e ecoturismo que remunera quem cuida do território, unindo conservação e renda local com inclusão.
Vera Guedes foca paridade na REDE, ODS e ecoturismo com renda local

REDE: paridade como prática, presença com foco e militância comprometida
Vera descreve a REDE como um espaço onde igualdade de gênero não é cota, mas arranjo de governança: duplas de porta-vozes (uma mulher e um homem) do diretório municipal ao nacional — no Pará, ela divide a função com Elson Lourinho. O recado estratégico é nítido: “não queremos cinco mil filiados; queremos quinhentas pessoas comprometidas”, diz, citando que a presença da legenda hoje alcança 45 municípios e que a bancada de vereadores cresceu nesta gestão. A meta, conta, é tornar essa cultura de paridade e compromisso mais visível para fora do partido.
Clima & ODS em Ananindeua: pesquisa aplicada, métricas e integração entre secretarias
Do lado da gestão, Vera relata um projeto estruturado “voltado pras ODS” sob coordenação acadêmica — pesquisadores mapeiam indicadores e ajudam a integrar esforços de várias secretarias. A leitura dela é que muita coisa já é feita, mas não cai no sistema nacional de acompanhamento das ODS; organizar dados e reportar direito é parte do trabalho para que o cidadão enxergue o que de fato acontece. O objetivo próximo é alinhar entregas à métrica correta, com impacto direto em comunicação e prioridades.
Vem daí outra frente que Vera aponta como estratégica: tornar Ananindeua signatária do Instituto Cidades Sustentáveis. A avaliação dela é que a adesão deve mudar o panorama do município em rankings nacionais ao qualificar protocolo e transparência dos dados — valorizando o que já é feito e organizando um salto na comparação com outros municípios.
Ecoturismo nas ilhas e no Quilombo Abacatal: conservar gerando renda local
Quando o assunto é território, Vera fala em trilhas, ilhas e no Quilombo Abacatal como eixos de um ecoturismo que se mantém com a comunidade no centro: capacitação, empreendedorismo, produção local e conservação lado a lado. “As pessoas que estão ali precisam ter retorno para continuar conservando o ambiente”, diz — e isso exige política pública, apoio técnico e um desenho que evite a degradação e movimente a economia de quem vive o lugar.
No mesmo espírito, ela cita a criação de unidades de conservação de uso sustentável como ferramenta para inserir a população na proteção do território — “não dá pra separar o homem do meio ambiente”, reforça. A lógica é ensinar a usar sem destruir: colher o retorno da floresta, dos rios e da agricultura familiar garantindo que o recurso se renove.
Carta da Terra, COP e agenda internacional: calendário próprio e diálogo social
Vera diz que Ananindeua está no radar de pesquisadores e ambientalistas e projeta sediar a Conferência Internacional da Carta da Terra (25 anos), em diálogo com institutos e movimentos da sociedade civil — oportunidade de posicionar a cidade no mapa das discussões climáticas com entregas locais. Sobre o período da COP, a aposta é construir legados que fiquem para além do evento, conectando comunidades, academia e poder público.
Serviço — quem é
Vera Guedes (Vera Lúcia Santos Guedes Pereira) — porta-voz estadual da REDE/PA; secretária-adjunta de Enfrentamento às Mudanças Climáticas de Ananindeua; atuação focada em ODS, participação social e modelos de ecoturismo com retorno comunitário.
Aspa destaque — “Se você não trouxer benefício pra comunidade, não vale a pena.”
Reportagem Diário do Norte