Na segunda-feira, 22, a coluna alertou para a mudança de cenário do Remo na Série B. Saía o discurso do acesso e entra em cena a necessidade de garantir permanência.
Prioridade agora é permanecer

O comentário se baseava na derrota para o Atlético Goianiense no sábado, em Belém, que ampliou a distância em relação ao G4. Na quarta-feira, 24, o quadro se tornou ainda mais dramático, com o revés diante do Volta Redonda.
A pífia apresentação, com direito a domínio avassalador do Voltaço por três quartos da partida, sufocando o time remista desde os primeiros minutos. Foi o chamado passeio absoluto, com muita superioridade técnica e principalmente coletiva.
O rendimento dos times poderia até confundir os mais desavisados. O Volta Redonda abraçou a luta pela vitória com uma volúpia de quem briga na parte de cima da tabela. O Remo mostrou-se opaco, apático e muito desorganizado na maior parte do tempo.
Depois de sofrer o primeiro gol logo aos 14 minutos, o time ficou ainda mais dispersivo, aceitando a pressão adversária e safando-se exclusivamente pela excelente atuação (mais uma vez) de Marcelo Rangel.
Aos 16 minutos do 2º tempo, Rangel salvou milagrosamente um cabeceio de Sanchez. A bola ainda tocou na trave e saiu. A primeira ameaça concreta do Remo ao gol do Volta Redonda só aconteceu aos 27 minutos do 2º tempo, quando Klaus desviou de cabeça, quase empatando a partida.
A essa altura, o interino Flávio Garcia já havia colocado Jaderson, Janderson, Eduardo e Diego Hernández em campo. As mudanças ajudaram o Remo a sair do encolhimento, passando a pressionar pelos lados e levando algum perigo, principalmente com Janderson e Hernández.
O Voltaço demonstrava cansaço e tinha dificuldades para conter as tentativas do ataque azulino. Aos 40’, após cruzamento de Janderson, João Pedro sofreu pênalti. O próprio João Pedro cobrou e o goleiro Jefferson Aqui espalmou. No rebote, Eduardo Melo aproveitou para empatar.
Um presente imerecido para o confuso time paraense, pois o jogo foi de ampla supremacia do Volta Redonda, que nem precisou se defender diante da lentidão dos azulinos. Só que até milagres têm sua dose de limite.
Apenas 10 minutos depois, um erro de Caio Vinícius na saída para o ataque ocasionou o gol da vitória do Volta Redonda. Vitinho lançou bola na área, Sanchez desviou para o centro da zaga e Matheus Lucas marcou. Diga-se, não foi o primeiro erro de passe do Remo, nem de Caio Vinícius. Longe disso. (Foto: Luís Carlos/Ascom CR)
Os imensos desafios do novo comandante
A derrota no Raulino de Oliveira, sob o olhar preocupado do técnico Guto Ferreira, fez o Remo despencar para o 12º lugar na tabela, sua pior posição no campeonato. Com 39 pontos, fica a 7 pontos do último colocado no G4, o Novorizontino, que tem 46 pontos.
É uma posição desconfortável para quem nutriu ambições de acesso e perigosa para quem não pode nem flertar com a ideia de rebaixamento, ainda improvável. Guto Ferreira terá um desafio imenso pela frente.
Diante do CRB, domingo, o Remo terá ainda mais baixas do que tinha diante do Voltaço. Além de continuar sem Pedro Rocha, Sávio e Marcelinho e Pavani, não terá Marrony (suspenso) e Reynaldo, lesionado.
Mais do que peças, Guto terá que se virar nos 30 para dar ao time um mínimo de organização e repertório de jogadas. Nas últimas partidas, o Remo pareceu um bando sem rumo, distribuído de forma espaçada em campo e pouco agressivo quando tem a bola.
Sem dúvida, é o pior momento da equipe na competição, demonstrando certo esgotamento técnico em função das poucas opções que o elenco oferece. Talvez a única notícia animadora seja o retorno do volante Cantillo, que ficou de fora por seis rodadas.
Papão tenta juntar os cacos para enfrentar o Tigre
Com várias ausências no time para o confronto de domingo diante do Criciúma, em Santa Catarina, o técnico Márcio Fernandes terá que contar com jogadores que ainda não tinham sido escalados. Quintana, zagueiro barrado desde a chegada de Claudinei Oliveira, pode reaparecer, em substituição a Thiago Heleno, contundido.
O meio-de-campo é, porém, o setor mais problemático. A perda mais significativa é a de Leandro Vilela, que deve ficar afastado dos gramados por nove meses. Sem ele, Márcio precisará escolher dois volantes entre Ronaldo Henrique, Dudu Vieira, Martinez, Nicola e André Lima – nenhum titular absoluto desde sua chegada.
Para a armação, Denner deve ser o escolhido, pois Ramon Vinícius não mostrou qualidades para assumir a titularidade. Outro problema reside no ataque, onde o centroavante Diogo Oliveira pode desfalcar a equipe. Rossi é outra possível baixa. Denilson e Marcelinho são as alternativas.
Fonte: Blog Do Gerson Nogueira / (Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 26)