No começo deste mês, 28 famílias do assentamento Lago Azul, no km 2 da rodovia PA-150, e de comunidades vizinhas, participaram de experiências teóricas e práticas a respeito do tema
Oficinas orientam agricultores sobre utilização da compostagem orgânica como alternativa de sustentabilidade

No município de Nova Ipixuna, na região do Lago de Tucuruí, um ciclo de oficinas de compostagem orgânica está orientando, principalmente assentados da reforma agrária, para a substituição parcial, de até 70%, de alguns tipos de agrotóxico por misturas de esterco bovino, casca de ovo, borra de café, folhas secas e capim verde, entre outros resíduos laborais e domésticos.
A programação faz parte de um mutirão de serviços oferecido pela prefeitura em parceria com a Emater e outros órgãos. No começo deste mês, 28 famílias do assentamento Lago Azul, no km 2 da rodovia PA-150, e de comunidades vizinhas, participaram de experiências teóricas e práticas que orientaram sobre como fazer e como utilizar a compostagem orgânica. As próximas capacitações encontram-se previstas para as regiões da Gleba Jacaré e do Limão, ao longo do semestre.
“São agricultores que já vêm acompanhados pela Emater em suas atividades. Possuem CAF [Cadastro da Agricultura Familiar] recente, emitido pela Emater. A questão da sugestão da compostagem orgânica como alternativa de sustentabilidade é um reforço de um processo contínuo, em apoio à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico [Semude], e em 2025 adquire mais importância ecológica por conta da COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – a se realizar na capital paraense, Belém, em novembro]. Utilizar compostagem orgânica diminui custos, melhora o solo, melhora o produto final, ressignifica o que seria lixo e integra as vivências da agricultura à floresta amazônica”, explica o engenheiro agrônomo Genival dos Reis, pós-graduado em Pequenos e Médios Animais, chefe do escritório local da Emater em Nova Ipixuna.
Para o agricultor João Delmondes, de 64 anos, da Vila Vitória, dentro do assentamento Lago Azul, a oportunidade é de transição: “Eu já tinha feito composto por conta própria, mas agora me deslumbrei com toda a matemática, toda a ciência envolvida, em você identificar o que serve, colocar as partes certas e aplicar do jeito certo”, conta.
Ele pretende concretizar os conhecimentos em breve, com o cultivo de banana. Nos 60 hectares do Sítio Ouro Verde, existem roças de cacau, cupuaçu, feijão, mandioca e milho e a criação de pelo menos 30 cabeças de gado girolando.
Urina de vaca pode ser usada como alternativa sustentável de adubo em plantações, indicam especialistas da Emater
Segundo especialistas da Emater, a urina de vacas leiteiras pode servir de componente diferenciado para a receita de adubo orgânico. A utilização calculada do excremento, que, por costume, acaba desperdiçado no dia a dia das propriedades rurais pecuaristas, apresenta potencial de biofertilizante natural e até de repelente de insetos em plantações de macaxeira, de milho e de feijão, por exemplo.
“No caso, a urina dessas vacas, diluída em água o mais limpa possível, em uma proporção pré-estabelecida, vem como substância de umidificação das pilhas do material combinado. É uma substância rica em nutrientes, que sai de graça para o produtor, e de fácil coleta, porque a vaca despeja no momento da ordenha”, ressalta Reis.
Fonte: Agência Pará / Texto: Aline Miranda