Com nova abordagem, novo ator e a promessa de renovação, a estreia de “Superman” em 2025 pode marcar um divisor de águas para o universo cinematográfico da DC
O Superman de James Gunn: o herói que a DC precisava para recuperar sua identidade

O Superman está de volta — e dessa vez com a missão não apenas de salvar o mundo, mas de resgatar a imagem de um herói que, por anos, foi mal compreendido nas telas. A direção de James Gunn e a estreia do ator David Corenswet como o novo Homem de Aço prometem redefinir a essência do personagem que deu origem ao conceito moderno de super-herói.
Após anos de instabilidade criativa, com versões sombrias e muitas vezes distantes do espírito original do herói, a DC Studios aposta em uma reconstrução profunda de sua principal figura. A crítica especializada e os fãs estão de olho em cada detalhe: figurino, tom narrativo, elenco e direção de arte. Tudo aponta para uma retomada do Superman como símbolo de esperança, justiça e idealismo — e não apenas como uma figura de força bruta ou dilemas existenciais excessivos.
O peso de um legado e a necessidade de renovação
A jornada cinematográfica do Superman sempre carregou um peso simbólico. Desde a atuação lendária de Christopher Reeve nos anos 70 e 80 até as versões mais recentes de Henry Cavill sob o olhar de Zack Snyder, o herói passou por múltiplas releituras — algumas mais fiéis, outras mais ousadas. Mas o que parecia constante nos últimos anos era a dificuldade da DC em encontrar um tom que equilibrasse tradição e inovação.
A proposta de James Gunn é justamente essa: entregar uma versão que respeite a origem do personagem, mas que também dialogue com o mundo moderno. O novo filme, intitulado apenas “Superman”, será o pontapé inicial do novo universo compartilhado da DC Studios — algo equivalente ao que a Marvel fez com Homem de Ferro em 2008. E isso por si só já impõe uma responsabilidade imensa.
Gunn, conhecido por transformar personagens secundários em ícones carismáticos (vide Guardiões da Galáxia), agora se debruça sobre o herói mais clássico dos quadrinhos com um olhar mais humano, mais leve e ao mesmo tempo mais atual.
Um novo rosto para o Homem de Aço
David Corenswet, o ator escalado para viver o novo Clark Kent, é visto por muitos como uma escolha ideal: aparência icônica, talento dramático e carisma de sobra. Seu desafio é encarnar a dualidade entre o jornalista tímido e o salvador do planeta, sem cair nos estereótipos ou na apatia emocional que por vezes marcaram versões anteriores.
Ao seu lado, nomes de peso como Rachel Brosnahan (Lois Lane), Nicholas Hoult (Lex Luthor) e outros heróis do universo DC que farão participações pontuais no filme, como Guy Gardner (Lanterna Verde) e Metamorfo. A diversidade de personagens já anunciada indica que a história vai além da jornada solo do Superman, servindo também para apresentar as primeiras peças do novo tabuleiro da DC nos cinemas.
O Superman que o público precisa?
Mais do que nunca, os tempos pedem um herói otimista. Em meio a um cenário de cinismo, excesso de realismo sombrio e exaustão de narrativas apocalípticas, há espaço — e desejo — por figuras inspiradoras. O Superman de Gunn parece estar sendo moldado exatamente para isso: ser um símbolo de valores universais que transcendem gerações, como coragem, empatia e senso de justiça.
Ao abandonar a estética excessivamente escura e o tom fatalista, a DC tenta novamente oferecer algo diferente da concorrência — não em termos de espetáculo, mas de essência. E isso, caso funcione, pode ser o sopro de vida que o universo cinematográfico da DC precisava há tempos.
Expectativa alta, mas cautelosa
Embora o projeto gere entusiasmo, a DC tem um histórico instável nas telonas — e isso faz com que o público mantenha uma certa reserva. O sucesso do novo Superman dependerá não apenas da história que for contada, mas da forma como ela será recebida em um mercado saturado de super-heróis e exigente com autenticidade.
Ainda assim, há uma percepção clara de que o estúdio está tentando, de fato, fazer diferente. Ao colocar um personagem clássico como centro da reconstrução, James Gunn sinaliza que a essência ainda importa. E talvez, resgatar o Superman como um verdadeiro herói seja o primeiro passo para salvar não apenas Metrópolis — mas todo o universo cinematográfico da DC.