Os filmes da série Missão Impossível se tornaram muito populares pelas tramas mirabolantes que o astro Tom Cruise resolve a cada nova aventura.
Missão digna de Tom Cruise

A situação atual do PSC, liderando as projeções para o rebaixamento com quase 98%, exige soluções cinematográficas de alto calibre.
Márcio Fernandes, que pegou o bonde andando e só indicou um jogador (Nicola), sofre o impacto maior das cobranças, embora esteja longe de ser o principal responsável pela campanha pavorosa que o time faz.
Nos últimos dias, principalmente após o empate com o Cuiabá e a derrota para o Botafogo-SP, o técnico não consegue esconder um certo desânimo ao comentar os desafios para o seu time no campeonato.
É inteiramente compreensível que Márcio e os jogadores estejam desanimados. Os resultados insistem em não acontecer, revelando a cada rodada as limitações profundas de um time com poucos recursos para se impor até aos adversários mais fracos.
As 11 partidas sem vitória na fase inicial, ainda com Luizinho Lopes, se somaram aos nove tropeços registrados na era Claudinei Oliveira. Vinte jogos que custaram caro ao PSC e que agora cobram seu preço.
É preciso entender a gama de dificuldades que cercam o trabalho de Márcio. Ele olha para o banco de suplentes e não encontra opções para mudar circunstâncias de jogo. Surgem problemas até mesmo para encontrar uma escalação competitiva, principalmente depois que ficou sem Thiago Heleno, Leandro Vilela e agora Diogo Oliveira.
Sob um clima de abatimento, com 26 pontos, a cinco do vice-lanterna e a 10 do primeiro time fora do Z4, o time encara o clássico Re-Pa amanhã (14) como a chance de pelo menos alcançar um resultado honroso, que dê uma alegria final ao torcedor dentro da competição.
Mas, até para armar o time que enfrenta o maior rival, Márcio tem problemas a resolver. Maurício Garcez, melhor jogador do time, sofreu lesão diante do Botafogo e pode desfalcar a equipe. São atropelos que se somam às desavenças políticas, à pressão por transparência nas contas do clube e às muitas incertezas para 2026.
Volante ganha nova função e responde muito bem
Ao longo da Série B, o Remo testou vários jogadores no setor de criação. Nenhum rendeu no nível exigido. Passaram por ali Jaderson, Régis, Dodô e ultimamente Nathan Pescador e até Diego Hernández, uma invenção infeliz do ex-técnico Antônio Oliveira para aquela faixa do campo.
Sem alternativas, Guto Ferreira resolveu compensar a ausência de um especialista criando uma nova configuração na meia-cancha do Remo. Escalou Nathan Camargo e Panagiotis ao lado de Caio Vinícius. Com isso, deu mais liberdade a Caio, que desde o jogo com o CRB chega constantemente ao ataque em condições de finalização.
A estratégia tem funcionado muitíssimo bem. Na goleada sobre o CRB, Caio Vinícius deu assistência para Nico Ferreira marcar e fez um gol batendo da entrada da área, como se fosse um atacante.
Diante do Athlético-PR, no Baenão, participou intensamente da luta pela posse de bola no meio-campo, mas encontrou tempo para surgir como elemento surpresa na área em três oportunidades. Na mais feliz delas, marcou o gol da vitória.
Atento ao espaço que a defesa rubro-negra permitia, o volante se infiltrou para tentar receber passes e cruzamentos. Como não é essencialmente um finalizador, esse posicionamento passou despercebido, o que permitiu que cabeceasse com liberdade o cruzamento de Marcelinho.
O nível de entrega de Caio Vinícius nunca foi questionado. É um jogador de luta e imposição física, mas de vez em quando era cobrado pelos erros de passe junto à área. Na formatação atual, Guto Ferreira conseguiu afastá-lo do começo das jogadas e ampliou sua faixa de participação, agora transitando entre uma intermediária e outra.
Pode não ser a solução ideal, nem definitiva, mas por enquanto tem funcionado muito bem. Disciplinado taticamente, Caio tem cumprido à risca – e com louvor – as orientações do treinador, tornando-se uma nova alternativa ofensiva para o time.
Náutico sobe, de novo com erro de arbitragem
A Série C definiu neste fim de semana os quatro clubes que conquistaram o acesso à Série B: Ponte Preta, Londrina, São Bernardo e Náutico. A definição foi manchada por um erro grave de arbitragem no jogo entre Náutico e Brusque, no estádio dos Aflitos, em Recife.
Como em 2019, quando se beneficiou de uma falha do árbitro Leandro Vuaden na partida contra o Paysandu, o Náutico comemorou o acesso após uma polêmica no final da partida diante do Brusque.
Aos 52 minutos, quando o Náutico vencia por 2 a 1, o Brusque teve um pênalti marcado, mas o assistente deu impedimento no lance, embora o atacante tenha avançado com a bola, em condição legal, quando sofreu falta na área. O VAR confirmou a lambança e o Timbu de Hélio dos Anjos enfim fez a festa diante da torcida.
O S. Bernardo de Ricardo Catalá também conseguiu passagem para a Série B ao empatar em 1 a 1 com o Londrina, que também subiu. No ano passado, o time paulista teve o sonho frustrado ao perder para o Remo, de Rodrigo Santana. A final da Série C será entre Ponte Preta e Londrina.
Fonte: Blog Do Gerson Nogueira / (Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 13)