Marina Silva, é derrotada em congresso da Rede Sustentabilidade

Ala esquerda, liderada por Heloísa Helena assume hegemonia na direção do partido

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, perdeu neste domingo (13/abr), o controle do partido que ajudou a fundar e da Fundação Brasil Sustentável que controlava. Em um congresso tenso e com os ânimos à flor da pele, a chapa Rede pela Base venceu com 221 votos, o equivalente a 74% dos delegadospresentes. A corrente apoiada por Marina e Túlio Gadelha, chamada Rede Vive, obteve apenas 79 votos (26%).
O novo presidente do partido é o engenheiro Paulo Lamac, ex-vice-prefeito de Belo Horizonte (MG). Com o apoio declarado da ex-senadora Heloísa Helena, ele chega prometendo unificar a legenda, mas já deixando claro que há uma inflexão política em curso.

“É hora de reencontrar o povo e reoxigenar nossas bandeiras”, afirmou Lamac em seu discurso de posse.
A Rede está federalizada com o PSOL, antigo partido de Heloísa Helena, que foi senadora pelo PT antes da fundação do PSOL.

Derrota interna expõe fragilidade política de Marina

A derrota de Marina Silva marca um abalo em sua liderança política, mesmo ocupando uma cadeira de ministra no governo Lula. A tentativa frustrada de manter o controle da sigla surpreende alguns, mas não os observadores da vida interna do partido. A unanimidade em torno do nome da ministra
dela na Rede, não Fragorosamente rejeitada pela maioria dos militantes e dirigentes do partido, Marina demonstra falta de habilidade política e de resiliência para a disputa partidária.
Analistas veem o resultado como uma reação da base contra o distanciamento da ministra das pautas populares e da articulação partidária. A Rede, que surgiu com forte apelo ambiental e ético, tem enfrentado dificuldade em se posicionar diante dos dilemas da política nacional — especialmente com a presença de Marina no governo petista.

Pará majoritariamente alinhado à nova direção

No Pará, os delegados mostraram sintonia com a maioria nacional. Votaram na chapa vencedora Elson Lourinho (porta-voz estadual), Andrea Amador (porta-voz de Belém), Vera Guedes (porta-voz de Ananindeua), Igor Andrade (vereador de Belém) e Francisco Cavalcante (membro da direção nacional).

O grupo ligado a Marina Silva não tirou delegados à Conferência Nacional e tem participação residual nos órgãos de direção.

A Rede Sustentabilidade Pará saiu fortalecida da eleição de 2024, elegendo cinco vereadores, amealhando 30 mil votos em suas chapas proporcionais e se organizando em 34 municípios do estados. A divisão interna pode ter reflexos diretos nas eleições de 2026, especialmente nos estados onde a Rede tenta se manter relevante no debate político.

Heloisa Helena

Heloísa Helena volta ao centro da cena

Um dos fatores decisivos para a vitória da chapa “Rede pela Base” foi o apoio de Heloísa Helena. Sua presença no congresso empolgou os delegados e foi vista como um retorno simbólico às origens da legenda.

O que muda na Rede após derrota de Marina?

  • Quem é o novo presidente da Rede Sustentabilidade?

O novo dirigente é o engenheiro Paulo Lamac, ex-vice-prefeito de Belo Horizonte, eleito com apoio de Heloísa Helena.

  • Marina Silva continua filiada à Rede?

Sim, Marina permanece na legenda, mas perdeu influência direta sobre sua direção nacional e sobre a Fundação partidária que estava sob seu controle. A Fundação Rede Brasil Sustentável, fundada em 2017, foi dissolvida no VI Congresso, para dar lugar a uma nova fundação, fora do controle do grupo de Marina.
A dissolução se deu por falta de prestação de conta, aparelhamento da estrutura e pela negativa de ceder espaço à direção partidária.

  • O que motivou a derrota da ministra?

A principal crítica foi o afastamento da base e a falta de diálogo com os militantes, além de sua atuação no governo Lula, acusada de ser personalista e de ignorar o partido na partilha de espaços. O controle privado é a falta de transparência na gestão da Fundação também pesaram no debate.

  • Qual o papel do Pará nessa votação?

A totalidade dos delegados paraenses apoiou na chapa vencedora, mostrando alinhamento com a mudança de rumos do partido.

Virada verde ou crise?

A derrota de Marina Silva sinaliza uma perspectiva de refundação da Rede pelos setores mais a esquerda, reconectando o partido com as bases, movimentos sociais e as causas populares, buscando uma atitude mais ativista para com as pautas ambientais e sociais.
A ministra, reconhecida internacionalmente por sua trajetória na luta ambiental, vê seu capital político doméstico sofrer um novo revés. Até mesmo acusações de privatização de áreas de preservação ambiental pelo ministério de Marina ecoaram nos debates internos, colocando em cheque o compromisso da ministra com a pauta que construiu seu nome.

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