Pesquisa Quaest revela que 53% acham correta a retaliação do governo brasileiro às sanções dos EUA
Lula responde Trump com lei de reciprocidade e maioria dos brasileiros apoia

Apoio popular à reciprocidade: brasileiros com Lula na guerra comercial
A crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, intensificada por medidas punitivas de Donald Trump, ganhou novo capítulo nesta terça-feira (16), com a divulgação de uma pesquisa da Quaest. O levantamento mostra que 53% dos brasileiros acham correta a retaliação do governo Lula às tarifas americanas. Apenas 30% consideram a medida errada, e 17% não souberam opinar.
O apoio majoritário à decisão do governo revela uma percepção crescente de que o Brasil deve reagir com firmeza a ataques externos, especialmente quando motivados por razões políticas ou ideológicas.
O que está em jogo: soberania, Pix e protagonismo global
As tarifas impostas pelos EUA alegam questões de comércio digital, desmatamento, tarifas preferenciais e falta de proteção à propriedade intelectual. No entanto, o pano de fundo da disputa é claramente político.
A ofensiva de Trump visa frear o crescimento da influência brasileira no cenário global, especialmente no contexto dos BRICS e da exportação de tecnologias como o Pix, que virou referência em pagamentos instantâneos fora da órbita do dólar.
Lula, ao reagir com tarifas de reciprocidade, tenta preservar a soberania nacional e enviar um recado claro: o Brasil não aceitará imposições unilaterais que prejudicam seus interesses estratégicos.
Números da pesquisa Quaest
- 53%: acham que o Brasil está certo em responder com tarifas
- 30%: acham que o governo errou ao reagir
- 17%: não souberam ou não quiseram responder
Os dados mostram que, mesmo entre setores mais críticos ao governo, a percepção de que o Brasil precisa se impor diante dos EUA ultrapassa as fronteiras partidárias.
Contexto internacional e efeitos no Brasil
A investigação americana, baseada na seção 301 da lei comercial dos EUA, pode levar a sanções mais duras e bloqueios de exportações brasileiras para o mercado americano. Lula, por sua vez, não apenas revidou como também reforçou alianças estratégicas com países como China, Rússia e Índia.
O Ministério da Fazenda brasileiro divulgou que estuda ações na OMC e que monitora o impacto nos setores mais afetados, como etanol, agroexportação e tecnologia.
O recado do povo: o Brasil não abaixa a cabeça
A pesquisa Quaest mostra que a população percebe o conflito como algo além do comércio: é uma disputa sobre respeito, soberania e independência digital. O gesto de Lula, portanto, não é visto apenas como diplomático, mas como simbólico — uma resposta à tentativa de Trump de interferir nos rumos do Brasil.
Em meio à escalada comercial, Lula parece contar com o respaldo popular para manter o tom firme diante de Trump. O recado da pesquisa é claro: o brasileiro quer diálogo, mas não aceita intimidação.