Leão bate Fantasma e segue vivo

Representa a retomada das possibilidades de brigar pelo acesso. Com 45 pontos e 11 vitórias, o time volta a ficar a três pontos do G4, e se prepara para fazer as três próximas partidas em casa, diante de seu torcedor.

Diante de um Operário que ainda sonhava com o G4, o Remo começou praticando um jogo ofensivo, ocupando espaços no meio e no ataque. Chegou a fazer um gol aos 4 minutos, mas o lance finalizado por João Pedro foi anulado – o atacante estava impedido.  

Nos minutos seguintes, o time arriou as linhas, para esperar os avanços do Operário e reagir em contra-ataques. O problema é que a defesa aparecia bem, não dando chances ao adversário, mas o meio-campo não conseguia fazer a bola chegar aos pontas Nico Ferreira e Diego Hernández.

O Operário começou a explorar então os chutes de média distância. Boschilia experimentou duas vezes. Cristiano arriscou da entrada da área, mandando no canto, mas Marcelo Rangel defendeu bem. Aos 33’, Ademilson soltou uma bomba e o goleiro foi nela novamente.  

O momento de maior perigo foi em falta cobrada por Boschilia, que Charles desviou de cabeça à esquerda de Rangel. João Pedro recebeu lançamento longo e conseguiu vencer o duelo com os zagueiros, mas precipitou a finalização, chutando longe do gol.

No intervalo, Marcelo Rangel (lesionado nas costas) foi substituído por Ygor Vinhas. O Operário aumentou a presença no ataque, mas tinha dificuldades em jogar dentro da área. Por isso, insistia nos cruzamentos. Foi assim que, aos 13 minutos, Zuluaga e Cristiano finalizaram para duas defesas espetaculares de Ygor Vinhas.

O lance foi invalidado – a bola saiu pelo fundo no cruzamento –, mas isso não anula o feito do goleiro, cujas defesas seguras tranquilizaram a zaga do Leão.

Com Panagiotis e Nathan Camargo, o Remo cedia espaço no meio. Depois da entrada de Janderson, Jaderson, Marrony e Pedro Castro, o time se revigorou fisicamente e passou a atacar com mais qualidade.

Quando o empate parecia certo, aos 44′, eis que Janderson recebeu passe curto de Sávio e entrou na área. Da linha de fundo, ele cruzou, a bola desviou na zaga e Jaderson entrou livre para desviar de cabeça, garantindo a vitória azulina. (Foto: Raul Martins/Ascom CR)

Ataque custou a funcionar, mas zaga teve erro zero

Decidido a sufocar o Remo, o Operário não conseguiu vencer a presença dos zagueiros William Klaus e Kayky nem com jogadas pelos lados e muito menos com cruzamentos. Os laterais Marcelinho e Sávio também ficaram mais atentos à marcação do que aos avanços.

Boa parte dessa tranquilidade demonstrada pelos dois zagueiros de área teve a ver com o posicionamento de Nathan Camargo, Panagiotis e Caio Vinícius, apertando a marcação desde o meio-de-campo, sem dar muito espaço para o Operário no início da partida.

Para superar o bloqueio exercido pelos volantes do Remo e a forte presença dos zagueiros, o Fantasma utilizou o talento de Boschilia e Ademilson nos chutes de média distância. Ambos chutaram cinco vezes ao gol de Marcelo Rangel no 1º tempo.

Com a necessidade de chegar ao gol, o Operário avançou mais e colocou mais jogadores no ataque – Rodrigo Rodrigues e Léo Gaúcho substituíram Zuluaga e Ademilson. Apesar disso, o Remo resistiu bem, contando ainda com a excelente participação do goleiro Ygor Vinhas. 

Panagiotis, que foi titular ontem, mostrou segurança na condução da bola, apesar das dificuldades para acompanhar jogadas mais aceleradas. Ganhou várias vezes da zaga paranaense no jogo aéreo. O time, porém, precisa do dinamismo que Jaderson oferece.  

Arbitragens roubam a cena na Série A

O faroeste da arbitragem ameaça virar protagonista na reta final do Campeonato Brasileiro da Série A. São erros que se acumulam e se juntam a um histórico pavoroso desses três últimos anos. O clássico paulista entre São Paulo e Palmeiras está na berlinda por conta de um pênalti claro não marcado quando os tricolores venciam por 2 a 0.

As desconfianças que envolvem as ações do Palmeiras nos bastidores, desde o Brasileiro 2023, quando 11 pênaltis – vários deles bem estranhos – foram marcados para o time de Abel Ferreira. Apesar do erro acintoso do árbitro, nada justifica a queda vertiginosa de rendimento do São Paulo, que permitiu a virada em pleno Morumbi.

Como também não justifica as declarações de um dirigente do Flamengo, que insinuou ações “do sistema” para impedir que o rubro-negro carioca chegue ao título. Não apresentou provas, apenas deixou no ar. Igual o que Abel Ferreira e seus auxiliares fazem quando o Palmeiras perde.

No sábado, em Porto Alegre, o Botafogo teve que aceitar a não marcação de um pênalti escandaloso sobre Artur Cabral, que foi agarrado dentro da área quando se preparava para finalizar uma jogada. O árbitro de campo ignorou o lance, apoiado pelo VAR. E ficou por isso mesmo.

Não é novidade, afinal o Botafogo é recordista mundial nesse assunto, embora sempre que faça algum protesto seja logo acusado de chororô. Vida que segue.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 06)

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