Conclusão do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece avanço na conciliação para fornecimento do medicamento Eleividys aos pacientes portadores da doença rara
Audiências sobre tratamento da distrofia muscular de Duchenne pelo SUS são encerradas no STF

As audiências de conciliação sobre o fornecimento do medicamento para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne foram concluídas, nesta quarta-feira (26), no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, foi confirmada a disponibilização do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o cumprimento de liminares, garantindo segurança jurídica e previsibilidade para os pacientes elegíveis.
A ocasião reuniu representantes do Ministério da Saúde – incluindo a Consultoria Jurídica (Conjur), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e a Coordenação-Geral das Pessoas com Doenças Raras -, além de representantes da Farmacêutica Roche do Brasil.
Atualmente, o ministério já monitora pacientes elegíveis como resultado do cumprimento de liminares para o fornecimento do medicamento Elevidys (delandistrogeno moxeparvoveque) para tratar crianças – que apesar da distrofia ainda conseguem caminhar – de 4 a 7 anos de idade. O medicamento teve seu registro aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2024.
A audiência foi conduzida pelo juiz auxiliar do gabinete do ministro Gilmar Mendes, Diego Véras, que lembrou que a conciliação vai contribuir para que pacientes que não teriam condições de arcar com os custos elevados tenham pleno acesso ao tratamento.
Para o consultor jurídico do Ministério da Saúde, Luís Henrique dos Anjos, o encerramento bem-sucedido das audiências representa um avanço no diálogo entre o Governo Federal, a indústria farmacêutica e os representantes da sociedade civil. “Também se reforça o compromisso do ministério de implementar políticas públicas que garantam equidade no acesso a terapias inovadoras para doenças raras no Brasil, com ênfase ao respeito dos procedimentos internos da autoridade sanitária do país”, observou.
A discussão sobre a disponibilização do medicamento ocorre em meio ao debate mais amplo sobre a incorporação de novas tecnologias pelo SUS. A pasta tem analisado diferentes critérios para a adoção de terapias inovadoras, considerando tanto a eficácia clínica quanto a viabilidade financeira. O alto custo de terapias gênicas tem sido um dos principais desafios para a ampliação do acesso a medicamentos de ponta no país.
Sobre a doença
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética rara, que acomete, principalmente, pessoas do sexo masculino. Essa alteração genética é caracterizada pela falta ou alteração de uma proteína no músculo das crianças – a distrofina – que vai ocasionar o principal sintoma da doença: fraqueza muscular. Esta condição pode levar à perda progressiva de habilidades motoras como subir escadas, pular e correr.
Ministério da Saúde
Fonte: Gov.br