POR GERSON NOGUEIRA
A diretoria do Paysandu e o técnico Luizinho Lopes agarram-se à próxima “janela” de contratações como a grande esperança de redenção dentro do Brasileiro da Série B. É natural que haja essa expectativa, afinal o elenco é curto – e ficou ainda mais com a maratona de jogos – e precisa urgentemente de reforços. A campanha é fraca, muito abaixo das previsões, o que obriga o clube a apostar todas as fichas nas contratações que o treinador tanto precisa e cobra.
Há, porém, algo que merece ser ponderado. A janela, que vai de 2 a 10 de junho, não pode se transformar em panaceia para o Papão. É possível que torne o elenco mais rico qualitativamente, mas não é um tiro certo. Existe sempre o risco de frustrações com as aquisições prometidas – sete no total, segundo informação do presidente Roger Aguilera.
Serão sete chances para virar a chave e fazer com que o time finalmente reaja na Série B. É uma tremenda responsabilidade sobre os jogadores que irão chegar, alguns provavelmente ainda fora das condições ideais. Por parte do torcedor, que reza dia e noite pela chegada da janela, é prudente ter cautela em relação aos reforços.
Por outro lado, os jogadores disponíveis nem sempre são de qualidade indiscutível. Ao mesmo tempo, alguns dos atletas sondados já demonstraram pouco interesse em fechar contrato com um clube em crise, e sob risco de rebaixamento – sim, embora distante, a ameaça existe. O atacante Junior Todynho, do Vila Nova, foi procurado e decidiu ficar por lá mesmo. Thiago Heleno, veterano zagueiro que jogou pelo Atlético-PR, também faz suspense.
Na lanterna e sem conseguir vencer na competição, após nove rodadas, a crise se instalou no PSC. Para sair dessa situação, a alternativa é contratar – e o desafio é contratar bem. Roger Aguilera, na entrevista de segunda-feira (26), pretende trazer um total de até sete jogadores: “Estamos fazendo todo o esforço. Outros atletas deverão sair. Vamos compor esse orçamento e vamos buscar atletas que venham para somar, jogar e buscar a titularidade”.
Ao mesmo tempo em que anunciou o volante Ronaldo Henrique, ex-Avaí, o PSC definiu as saídas de Giovanni e Espinoza. Nicolas, segundo o presidente, também pode sair.

Por conta das dificuldades enfrentadas desde que assumiu, o técnico Luizinho Lopes foi preservado no cargo. Dispensá-lo seria incoerente, avalia Roger corretamente, mas o próprio Luizinho sabe que ganhou um voto de confiança, que será posto à prova no desdobramento da campanha pós-janela. Com os reforços, ele terá a obrigação de iniciar uma reação imediata em busca dos pontos para fugir à zona de rebaixamento.
Até porque esperar pela janela seguinte, que abre em 10 de julho e vai até 2 de setembro, seria brincar excessivamente com o perigo, ainda mais para times que estão na parte inferior da tabela de classificação e precisam se salvar.
(Fotos: Matheus Vieira e Jorge Luís Totti/Ascom PSC)